domingo, 30 de outubro de 2016

A História do Necronomicon - H.P. Lovecraft


Seu título original era Al-Azif, sendo azif a palavra utilizada pelos árabes para designar o som noturno (produzido pelos insetos) que, segundo a crença, era o uivo dos demônios. 

Escrito por Abdul Alhazared, um poeta louco de Sanná, no Yemen, que supostamente viveu durante o período dos califas Ommiade, perto de 700 A.D. Ele visitou as ruínas da Babilônia e os subterrâneos secretos de Memphis, e passou dez anos sozinho no grande deserto do sul da Arábia - o Roba El Khaliyeh ou "Espaço Vazio" dos antigos – o deserto "Dahna" ou "Crimson" dos árabes modernos, que acreditam ser habitado por espíritos malignos e monstros mortais. Deste deserto coisas estranhas e inacreditavelmente maravilhosas dizem esses que pretenderam penetrá-lo. Em seus últimos anos de vida Alhazred permaneceu em Damasco onde escreveu o Necronomicon (Al-Azif) e de sua morte final ou desaparecimento (738 A.D.) se cotam muitas coisas terríveis e contraditórias. Ele é mencionado por Ebn Khallikan (biografo do século XII) que conta que foi pego por um monstro invisível em plena luz do dia e devorado horrivelmente em presença de um grande número de testemunhas aterrorizadas. 

De sua loucura muitas coisas são ditas. Ele contava ter visitado a fabulosa Irem, ou Cidade dos Pilares, e haver encontrado abaixo das ruínas uma inominável cidade deserta os anais secretos de uma raça mais antiga que a humanidade. Ele era apenas um muçulmano não praticante, adorava entidades desconhecidas que ele chamava Yog-Sothoth e Cthulhu.

Em 950 A.D. o Azif, que havia circulado entre os filósofos da época, foi secretamente traduzido para o grego por Theodorus Philetas de Constantinopla com o título de Necronomicon. Durante um século e devido à sua influência provocou acontecimentos horríveis, até que foi proibido e queimado pelo patriarca Miguel. Desde então não temos mais que vagas referências do livro. 




Em 1228, Olaus Wormius encontra uma tradução latina posterior a Idade Média, e o texto em Latim foi impresso duas vezes – uma no século XV em letras góticas (evidentemente na Alemanha) e outrora no século XVII (provavelmente Espanha). Ambas as edições existiam sem marca de identificação, e haviam sido datadas só por evidencia tipográfica. A obra (tanto latina quanto grega) foi proibida pelo Papa Gregório IX em 1232, pouco depois que sua tradução latina se tornou um poderoso foco de atenção. O árabe original se perdeu na época de Wormius, tal como indicado no seu prefácio e nunca se viu a cópia grega (que foi impressa na Itália entre 1500 e 1550) desde que se incendiou a biblioteca de um colecionador particular de Salem, em 1692. A tradução feita pelo dr. Dee nunca foi impressa, e existe apenas um fragmento recuperado do manuscrito original. 

Dos textos latinos agora existe um (século XV) está guardado no Museu Britânico, enquanto outra cópia (século XVII) está na Biblioteca Nacional de Paris. Uma edição do século XVII está na Widener Library em Harvard, e na Biblioteca da Universidade de Miskatonic, em Arkham. Além disto existe uma cópia na Biblioteca da Universidade de Buenos Aires do século XV..



Numerosas outras cópias provavelmente existem em segredo. Há rumores persistentes de que um exemplar forma parte da coleção de um célebre milionário norte americano. Outro ainda mais vago menciona numa cópia do século XVI: o texto grego estaria em poder da família Pickman, em Salem. Mas se isto for verdade, o livro sumiu junto com o artista Richard Upton Pickman, que desapareceu em 1926.

O livro é severamente proibido pelas autoridades da maioria dos países e por todo os ramos de organizações eclesiásticas. Sua leitura pode trazer terríveis conseqüências. Crê-se que R.W. Chambers se baseou neste livro para sua novela  O Rei de Amarelo (The King In Yellow).




Cronologia

730 (D.C.) - Al Azif é escrito em Damasco por Abdul Alhazred

950 (D.C.) - Traduzido para o grego como Necronomicon por Theodorus Philetas

1050  - Queimado pelo Patriarca Miguel (i.e. texto grego) – Texto árabe é perdido.

1228  - Olaus Wormius traduz do grego para o latim

1232  - Edição latina (e grega). Proibida pelo Papa Gregório IX

14?? - Edição impressa em letras góticas, provavelmente na Alemanha

15?? - Texto grego impresso na Itália.

16?? - Impressão hispânica do texto latino.

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